segunda-feira, 31 de maio de 2010


Sabe aquele coração?
- Ainda é seu.
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- E antes que eu me esqueça, pode levar.
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Vejo a paixão que transborda em seus olhos e sinto que estou me afogando. Mas isso é estranho. Porque mesmo sabendo dos riscos, tenho medo que alguém me joge uma bóia e me tire daqui.


(Ivanúcia Lopes)
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Hoje eu estava assim: mais lento,
mais verdadeiro, mais bonito até.
Hoje eu diria qualquer coisa se você telefonasse.

(Caio F. Abreu)
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A gente se apertou um contra o outro.
A gente queria ficar apertado assim
porque nos completávamos desse jeito,
o corpo de um sendo a metade perdida do corpo do outro.

(Caio F. Abreu)


O telefone tocou. Então uma voz que eu não ouvia há muito tempo, tanto tempo que quase não a reconheci (mas como poderia esquecê-la?), uma voz amorosa falou meu nome, uma voz quente repetiu que sentia uma saudade enorme, uma falta insuportável, e que queria voltar...

Eu disse que sim, claro que sim, muitas vezes que sim.

(Caio F. Abreu - Quando setembro vier)

Então, de repente, sem pretender, respirou fundo e pensou que era bom viver.
Mesmo que as partidas doessem, e que a cada dia fosse necessário adotar uma nova maneira de agir e de pensar, descobrindo-a inútil no dia seguinte — mesmo assim era bom viver.
Não era fácil, nem agradável. Mas ainda assim era bom.
Tinha quase certeza.


(Caio F. Abreu - Limite branco)

domingo, 30 de maio de 2010

Perdas Necessárias

Deixa partir o que não te pertence mais
Deixa seguir o que não pode voltar
Deixa morrer o que a vida já despediu
Abra a porta do quarto e a janela
Que o possível da vida te espera
Vem depressa que a vida
Precisa continuar
O que foi já não serve é passado
E o futuro ainda está do outro lado
E o presente é o presente
Que o tempo quer te entregar

Fala pra mim, se achares que posso ouvir
Chora ao teu Deus
Se não podes compreender
Rasga este véu do calvário
Que te envolveu
Tão sublime o segredo se esconde
Nesta dor que escurece o horizonte
Que por hora impede
Os teus olhos de contemplarem
O eterno presente no tempo
O ausente presente em segredo
Na sagrada saudade que o deixa continuar

Deixa morrer o que a morte já sepultou
Deixa viver o que dela ressuscitou
Não queiras ter o que ainda não pode ser
É possível crescer nesta hora
Mesmo quando o que amamos
Foi embora
A saudade eterniza a presença
De quem se foi
Com o tempo esta dor se aquieta
Se transforma em silêncio que espera
Pelos braços da vida um dia reencontrar.

(Padre Fábio de Melo)

sábado, 29 de maio de 2010

Minha Mãe, Minha Flor

Está faltando uma flor
No jardim do meu coração há um vazio em mim
Sei que foi Deus quem te colheu
E te levou pra enfeitar um jardim que existe no céu
Eu não consigo encontrar uma flor
Que me faça esquecer essa dor
Dentro de mim ainda posso sentir
O perfume que exalava de ti
Mãe eu preciso dizer amo você não vou te esquecer
Quando no céu te encontrar com lágrimas de amor
Eu vou te regar minha mãe minha flor
Sinto falta de cuidar de ti
Dos carinhos que deixei de fazer quanto tempo eu perdi

(Anjos do Resgate)