Ainda não me realizei. Na verdade estou cansanda de ter que responder pra todo mundo como uma menina que, de tão certa do sucesso, não quer transparecer fracasso. Acontece que, às vezes, passo a esperança que não tenho para disfarçar o desespero que me sobra. E aí vou vivendo a vida e, sem maldade, simulando meus sentimentos.
É que, mesmo tão jovem, ando sem perspectivas e caminhando sem ter certezas. E acho que não tenho nada. E se tenho, me faltam as forças para vencer e dar sentido a tudo isso. Me falta ânimo, às vezes, fé.
Sinto falta de mim...Sinto falta daquela criança determinada, com as respostas na ponta da língua. E acho que era eu. Sinto falta da adolescente convicta do sucesso, que queria se formar, ganhar dinheiro, casar, ter filhos e viver tal como nos contos de fada, feliz para sempre. E acho que era eu. Sinto falta daquela menina que crescia sem medo...que amava sem medo, que corria sem medo, que vivia sem medo.
Hoje, com os anos, a menina mulher vai ficando com medo de tudo. E lamenta o sucesso que ainda não chegou, e grita consigo porque não tem o que queria. E chora escondida para que ninguém sinta pena. E tem muito medo de não realizar os propósitos traçados. A menina mulher vai vendo que o tempo corre, e que se não fizer hoje, talvez amanhã seja tarde. Mas mesmo assim vai vivendo com medo... medo de não ser nada. De olhar para trás e avistar lindos sonhos...de se ver e não entender. Medo de fechar os olhos e ver incertezas, escuridão e solidão no futuro.
Mas como acalmar um coração que só quer uma chance, mas que desconcertado, às vezes, bota o amor pra correr? Como trabalhar uma mente criativa, mas que desestimulada, às vezes, parece cansada? Mas como ser uma pessoa menos deprimente quando não se permite ver a esperança? Mas como ser eu, quando por várias vezes, já não sei quem sou?
Que o medo de não agradar, de não merecer e de desapontar os outros, sejam transformados em ânimo e força para agradar a mim mesma e fazer de cada dia uma possibilidade de ser feliz. Para que só então, você se agrade com a minha presença e tenha orgulho de mim. Espero que ainda dê tempo. E que eu não desista.
Escrito em 28/04/2009
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