sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Dois. Doídos.

Não se doíam pelo erro.
Doíam-se pelo acerto.
Doíam-se pelas noites de lua que não mais veriam pelo quadro daquela janela.
Doíam-se pela falta de sentir o peito bater no peito do outro.
Doíam-se pelo abraço apertado que não mais acalmaria o coração em desalento.
Doíam-se pela falta das palavras pronunciadas ao pé do ouvido.
Doíam-se pelas mãos entrelaçadas que já não se uniriam.
Doíam-se pelas longas filosofias que não mais se ouviria.
Doíam-se pelos afagos nos cabelos que não mais relaxariam.
Doíam-se pelos planos interrompidos. Pelo lar em fantasia. Pela pausa no filme, e pela pausa nos sonhos.
Doíam-se com saudade do bom dia de manhã cedo, e pela vontade de ligar mais vezes e dizer que ama “três”. (muito, muito, muito...)
Doíam-se pelo excesso de amor, de confiança, de necessidade que sentiam um do outro.
Doíam-se pela saudade que se fariam se sentir.
Doíam-se porque já sentiam.
Doíam-se pelos sonhos dormidos e acordados, que não mais compartilhariam.
Doíam-se pela dor de se negarem, quando podiam ser só sim.
Doíam-se pelas decisões acertadas que tinham tomado, e pelo erro de estarem certos.
Doíam-se juntos, com a dor de quem não vê outro jeito de acertar de novo porque já amarrotou todos os sonhos e os jogou por aí.
Doíam-se pela paz que se proibiam.
Doíam-se pela fraqueza de não se permitirem.
Doíam-se por estarem em cacos.
Doíam-se pelo ‘final’ de um amor sem fim.
Doíam-se pelo medo de dizer adeus, e de eternizarem a dor de errar de forma mais acertada.
Doíam-se pelos sonhos que se recusavam.
Doíam-se pelos cantos, relutando a vida que os fazia assim: Feitos um pro outro.
E doíam-se tanto pelo que foram, quanto pelo que seriam juntos.
Doíam-se como partes de um todo cheio de amor. Muito amor.




...
Não erraram um com o outro. E isso doía. Podiam ter armado um barraco. Aprontado qualquer coisa. Mas eles acertaram. E acertaram tanto que precisaram jurar-se em erros pra justificar as provações.  
Era amor demais pra suportarem.
...
Ame a Deus. E que Ele aumente a nossa fé, porque o nosso amor já está de bom tamanho, né?

-Segure a minha mão, relaxe. Vamos ver um filme?




ps.:
EU VOU TE AMAR PRA SEMPRE. Sempre.
E tudo que posso dar, já é seu.E se um dia esse amor não suportar...isso não o tornará menor do que é.

Um comentário:

Steph disse...

Nossa, me identifiquei muuuito...
adoro o blog, parabéns!

beijos