terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Amo...
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Ivanúcia Lopes,
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Ter ou não ter namorado, eis a questão
Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.
Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.
Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.
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Carlos Drumond de Andrade,
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RECOMEÇAR
Não importa onde você parou…
em que momento da vida você cansou...o que importa é que sempre é possível e necessário “Recomeçar”.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo…
é renovar as esperanças na vida e o mais importante…
acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período?
foi aprendizado…
Chorou muito?
foi limpeza da alma…
Ficou com raiva das pessoas?
foi para perdoá-las um dia…
Sentiu-se só por diversas vezes?
é porque fechaste a porta até para os anjos…
Acreditou que tudo estava perdido?
era o início da tua melhora…
Pois é…agora é hora de reiniciar…de pensar na luz…
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Que tal
Um corte de cabelo arrojado…diferente?
Um novo curso…ou aquele velho desejo de aprender a
pintar…desenhar…dominar o computador…
ou qualquer outra coisa…
Olha quanto desafio…quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando.
Tá se sentindo sozinho?
besteira…tem tanta gente que você afastou com o
seu “período de isolamento”…
tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para “chegar” perto de você.
Quando nos trancamos na tristeza…
nem nós mesmos nos suportamos…
ficamos horríveis…
o mal humor vai comendo nosso fígado…
até a boca fica amarga.
Recomeçar…hoje é um bom dia para começar novos
desafios.
Onde você quer chegar? ir alto…sonhe alto… queira o
melhor do melhor… queira coisas boas para a vida… pensando assim
trazemos prá nós aquilo que desejamos… se pensamos pequeno…
coisas pequenas teremos…
já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente
lutarmos pelo melhor…
o melhor vai se instalar na nossa vida.
E é hoje o dia da faxina mental…
joga fora tudo que te prende ao passado… ao mundinho
de coisas tristes…
fotos…peças de roupa, papel de bala…ingressos de
cinema, bilhetes de viagens… e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados… jogue tudo fora… mas principalmente… esvazie seu coração… fique pronto para a vida… para um novo amor… Lembre-se somos apaixonáveis… somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes… afinal de contas… Nós somos o “Amor”…
” Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.”
Carlos Drummond de Andrade.
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Carlos Drumond de Andrade
sábado, 19 de dezembro de 2009
Sim. Parece tudo simples.
Sentia sempre uma angústia quando ainda criança me diziam coisas grandes demais.
Falavam de um mundo que estava em minhas mãos...O mundo parece grande.
Falavam da vida de gente grande. E isso não parecia simples.
Depois de grande, o mundo não parece menor e ainda continua pesado pra mim.
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Ivanúcia Lopes
O grito silencioso
Quando o silêncio chegou, o mundo gritou.
Foi aquele grito que em vez de surgir do nada, nasceu de tudo:
Da dor sentida e escondida.
Da lágrima quente no rosto risonho.
Da voz que pensa irracionalmente.
Dos braços que desabraçam
Dos sonhos que se iludem
Do arrependimento de ter se arrependido.
Da saudade guardada e escancarada.
Do pedido desfeito, refeito, imperfeito.
Do medo de desabar e de voar.
Da possibilidade de ser feliz mesmo sem saber o que é a felicidade.
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Ivanúcia Lopes,
Medo,
Saudade
domingo, 13 de dezembro de 2009
O ano está terminando...
E mais um ano já está se passando...
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Ivanúcia Lopes
Pra ver a banda passar...
Lembro-me que outro dia, caminhando pelas ruas apressadamente, fui atraída por uma melodia agradável que parecia vir de uma casa ao lado. Por um momento, senti como se o calendário marcasse o mês de junho, com aquele clima harmonioso embalado pelo saxofone que soprava melodicamente cada verso daquele hino. Na verdade, um fenômeno acústico que me atraiu até a calçada e me fez parar por alguns segundos. Mas foi só. Naquele momento eu não tinha o tempo suficiente para ficar inerte simplesmente para ouvir um saxofone ensaiar algo que todos os anos os devotos cantavam e eu já sabia de cor.
E aí no decorrer do dia guardei comigo a sensação de poder ouvir uma banda de música e me deixar levar até a calçada da igreja e acompanhar o hino de Santo Antônio, tocado com tanta fé e devoção. Afinal de contas, houve um tempo em que eu corria para ouvir, batia o pé e balançava com a cabeça a cada música que a banda tocava. E na frente da igreja eu via a banda tocar e corria todas às vezes para ver a banda passar.
Desde 1958, a cidade de Marcelino Vieira – RN acostumou-se com a banda de música. Na verdade, mais parece um caso de amor ritmado pela religiosidade e intensificado pelo gosto de ver a banda passar, a cada festa de Santo Antonio.
Saxofone, clarinete, contrabaixo, trompete... instrumentos bem conduzidos que levam às ruas, além da música, uma legião de pessoas que vão da prefeitura até a igreja Matriz na cadência desta tradição. E como se fosse um ritual, logo após as novenas lá se vão os fiéis de Santo Antonio seguir com lealdade e orgulho, aquela banda de música que marcha até o coração da cidade, onde as crianças correm para brincar nos parques, comprar algodão-doce ou mesmo comer cachorro-quente.
Na festa de junho, acompanhar a banda é praticamente uma promessa, e paga de muito bom grado, seja após a novena, seja às cinco da matina, ou no pingo do meio-dia. E aí, tem pessoas que correm para a calçada e acenam com a mão, outras que abrem a porta de casa com cara de sono, mas acompanham mesmo assim, e tantas outras, que mesmo enfadadas pelo forró da noite, saem de madrugada arrastando a sandália sem perder o compasso...
Ao som da banda, o encontro marchante de filhos, presentes e ausentes que se reencontram, se abraçam, e se encantam.
E hoje, ao ouvir a banda, há quem recorde de filhos ilustres que em tempos de outrora souberam levar a música com sentimento e maestria. E seja nas recordações saudosas de quem ouviu o amigo Beu, ou na memória recente de quem viu o amigo Zé de Crispim carregar a tuba, para embalar aquela sinfonia, a banda de música faz parte de nossa história...
E quando há 51 anos nascia a primeira banda de música, lançava-se também o irresistível convite de ver a banda passar.
Nas alvoradas e nas salvas, gente que vive a lembrança de outrora, mas se encanta com os brios da nova geração, gente que canta com fé o ontem e o hoje, e gente que marcha orgulhosamente sobre este chão vieirense.
No mês de junho, quando o vento sopra as bandeirolas e os parques, mesmo que timidamente, chegam à nossa cidade, lá vem a banda de música enfeitar a nossa festa e lá vamos nós, acompanhando a tradição.
E não importa denominação. Se temos a banda de música já temos o encantamento desta Festa.
E se em qualquer dia desses, um saxofone soar em nossos ouvidos, é quase certo o anseio de ver a banda passar, e mesmo que a correria nos empurre, haverá o desejo de sair marchando e acompanhando a banda de música.
(Por Ivanúcia Lopes - Jornalista)
Lembrei que ainda não tinha postado este texto... (Publicado no jornal PAróquia em Missão- Marcelino Vieira - Junho/2009)
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Ivanúcia Lopes
O INACABADO QUE HÁ EM MIM.
Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina.
Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo,
O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber. O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos.
Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nesta hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.
Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil.
Melhor mesmo é continuar na esperança de confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão.
Eu sou inacabado. Preciso continuar.
Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim. Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. Eu sou assim. Sem culpas.
Padre Fabio de Melo
Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo,
O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber. O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos.
Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nesta hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.
Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil.
Melhor mesmo é continuar na esperança de confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão.
Eu sou inacabado. Preciso continuar.
Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim. Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. Eu sou assim. Sem culpas.
Padre Fabio de Melo
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Pe. Fábio de Melo
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
lembrança
Não se vá por aí sem lembrar de mim.
Não se vá por aí sem me levar, ao menos na lembrança.
E se esqueceres de me lembrar...que se vá.
Mas que me guarde num saquinho de lembranças.
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Ivanúcia Lopes,
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domingo, 29 de novembro de 2009
Asas
"Mesmo que você não veja, tenho apenas duas asas coloridas que se batem para voar. O que eu sinto??! às vezes medo de cair, mas na maioria das vezes, um frio na barriga e a vontade de ir além."
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Ivanúcia Lopes,
Medo
Ande
Ande até que os pés se cansem.
Até que o sapato aperte.
Até que o sol queime ou a chuva resfrie.
Mas não pare no meio do caminho.
Mas não pare no meio do caminho.
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Ivanúcia Lopes
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Gostaria
Por exemplo:sair contigo para passear, sentir-te apoiada em meu braço,
ver-te feliz ao meu lado
alheia a todo mundo que passasse.
Gostaria de sair contigo para ouvir música,
ir ao cinema,tomar sorvete, sentar num restaurante diante do mar,olhar as coisas, olhar a vida, olhar o mundo despreocupadamente,e conversar sobre "nós" – esse "nós" clandestino que se divide em "tu e eu"quando chega gente.
Encontrar alguém que perguntasse: "Então, como vão vocês?"
E me chamasse pelo nome,
e te chamasse pelo nome
e juntasse assim nossos nomes, naturalmente,na mesma preocupação.
Gostaria de poder de repente te dizer:Vamos voltar pra casa...
(Como se felicidade pudesse ser uma coisaa que tivéssemos direito como toda gente)
Queria partilhar contigo os momentos menores da minha vida, porque os grandes já são teus.
Poema de JG de Araujo Jorgedo livro – A Sós – 1958
Poema de JG de Araujo Jorgedo livro – A Sós – 1958
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sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Minhas palavras
Não me faças desistir dessas palavras, nem me forces a desdizê-las.
Negá-las seria trair-me, possuí-las seria prendê-las.
Eu as tenho livres, leves, loucas. Muitas ou poucas.
Tenho palavras ruidosas, rudes e melosas.
Palavras emudecidas e gritantes.
Palavras próximas, confusas e distantes.
Palavras doces, transparentes e roucas.
Palavras, fortes, frágeis e passageiras.
Palavras firmes, doídas, mas verdadeiras.
Tenho palavras enormes, monossílabas, e compostas.
Tenho palavras sinônimas e opostas.
Tenho palavras vencidas, dormentes, sufocadas.
Palavras ao vento, ao nada e ao relento.
Palavras comuns, no papel e pensamento.
Palavras estilizadas, caprichosas ou enfeitadas.
Palavras tranquilas, permitidas ou enjuadas.
Palavras nervosas, tristonhas ou extasiadas.
Palavras em cantos, em prosa ou em versos.
Palavras sentidas, consentidas, permitidas.
Palavras roubadas, enfraquecidas, desprezadas.
Palavras que sobram, que faltam ou completam.
Palavras esquecidas, divididas, recordadas.
Tenho palavras famintas, doloridas e abusadas.
Tenho palavras em excesso, repetidas ou remendadas.
Palavras aos gritos, murmuradas ou escritas.
Tenho palavras. Simplesmente palavras.
Negá-las seria trair-me, possuí-las seria prendê-las.
Eu as tenho livres, leves, loucas. Muitas ou poucas.
Tenho palavras ruidosas, rudes e melosas.
Palavras emudecidas e gritantes.
Palavras próximas, confusas e distantes.
Palavras doces, transparentes e roucas.
Palavras, fortes, frágeis e passageiras.
Palavras firmes, doídas, mas verdadeiras.
Tenho palavras enormes, monossílabas, e compostas.
Tenho palavras sinônimas e opostas.
Tenho palavras vencidas, dormentes, sufocadas.
Palavras ao vento, ao nada e ao relento.
Palavras comuns, no papel e pensamento.
Palavras estilizadas, caprichosas ou enfeitadas.
Palavras tranquilas, permitidas ou enjuadas.
Palavras nervosas, tristonhas ou extasiadas.
Palavras em cantos, em prosa ou em versos.
Palavras sentidas, consentidas, permitidas.
Palavras roubadas, enfraquecidas, desprezadas.
Palavras que sobram, que faltam ou completam.
Palavras esquecidas, divididas, recordadas.
Tenho palavras famintas, doloridas e abusadas.
Tenho palavras em excesso, repetidas ou remendadas.
Palavras aos gritos, murmuradas ou escritas.
Tenho palavras. Simplesmente palavras.
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Ivanúcia Lopes
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
ACALMA
Quando o tempo é de confusão/ mantenha a calma no seu coração/ mantenha a calma – calma/Acalma - você já chegou aqui/ Calma - para prosseguir./ A fé para botar o pé no caminho a conquistar./ Quando o tempo é de armação/ Mantenha firme a sua mão/ Mantenha aceso o coração/ Atenção!/ Mantenha a alegria que você já é/ não deixe que eles venham destruir/O sonho por menor que for/ Seria destruir o AMOR. (ACALMA- GONZAGUINHA)
sábado, 14 de novembro de 2009
CANSADO
Então, hoje, assim estou, cansado de fatos, medos, sentimentos e desejos que sempre me levaram do nada a lugar nenhum. Cansado de pessoas que não se cansam de me magoar. Cansado de gente que nunca vai se importar. Cansado de tipinhos que se acham tão valiosos que se sentem no direito de me deixar em uma sala de espera, aguardando o momento em que, enfim, resolverão de fato se entregar. Cansado de gente covarde. Cansado de agradar a gente que se revela tão desagradável. Cansado de gente que mente, que usa, que se sente, cansado de gente que não é gente. Cansado de me preservar, cansado de me entregar, cansado de morrer na praia, cansado de nadar no raso, preciso mergulhar fundo em um mar seguro, preciso saber quais cores tem no fundo do Oceano. Cansado de lutar para não me tornar um cínico. Cansado de me esforçar para não cansar de ser uma pessoa boa. Cansado de me sentir raridade em um mundo de pessoas tão pequenas e comuns. Cansado, MUITO cansado de tentar e tentar. Cansado de coisas das quais não se pode descansar. Só me resta enfrentar.
http://www.eusoqueriaumcafe.com
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quinta-feira, 5 de novembro de 2009
A frase desta quinta
"A esperança é o sonho do homem acordado." (Aristoteles)
terça-feira, 3 de novembro de 2009
A frase de hoje
"O homem é uma vontade, uma força e um conhecimento que tendem para o infinito." (Giambattista Vico)
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
A frase de hoje..
A morte nada mais é do que uma passagem, uma transformação.
Não existe planta sem a morte da semente
Não existe embrião sem a transformação do óvulo e do espermatozóide
Não existe borboleta, sem a morte da lagarta.
Não existe salvação sem a morte do "velho homem"...
A morte nada mais é do que um ponto de partida para algo novo, é a fronteira entre passado e futuro.
Não existe planta sem a morte da semente
Não existe embrião sem a transformação do óvulo e do espermatozóide
Não existe borboleta, sem a morte da lagarta.
Não existe salvação sem a morte do "velho homem"...
A morte nada mais é do que um ponto de partida para algo novo, é a fronteira entre passado e futuro.
sábado, 31 de outubro de 2009
UMA RECORDAÇÃO DA MINHA ESCOLA
Já paramos pra pensar nas muitas vezes que pensamos em não parar? E aí a correria preenche nossos dias. E não paramos pra mais nada. Mas houve um tempo em que nós tínhamos tempo pra tudo. E aproveitávamos tudo com o tempo que tínhamos.
Aproveitávamos pra estudar e pra brincar também.
Aproveitávamos pra desenvolver projetos e pra planejar outros também.
Estive pensando em como relatar a experiência de três anos de vida, quando na verdade, mesmo hoje, cinco anos depois, ainda encontro a casa aberta e vez por outra, querendo saber como tudo se passa por aqui. E fico pensando como simplificar a grandeza de tudo isso em minha vida, quando na verdade, isso é tão grande na vida de tanta gente.
E não é simplesmente porque a escola completa 25 anos, mas porque durante todo esse tempo tornou-se parte da minha vida. Foi importante nas decisões e na formação. Ajudou no discernimento, no desprendimento e no desenvolvimento dos conhecimentos.
Porque tudo isso não pode passar sem que mereça destaque. Porque não é em qualquer lugar que a gente pode aprender, empreender e surpreender. E não é por qualquer razão que procuro as palavras certas para expressar a satisfação e o orgulho de fazer parte dessa história.
Encabulada. Ansiosa. Admirada. Curiosa. Mas estava aqui. E aos poucos já não queria estar em outro lugar. O que mais poderia esperar? se tínhamos o conhecimento somado ao zelo de quem nos educava para a vida? E aos poucos, já não era a escola, éramos nós.
E saímos às ruas proclamando a cidadania. E saímos às ruas com projetos de conscientização. E saímos às ruas, nos desfiles e nas campanhas...e saímos ainda para outras cidades, para dançar, no compasso ararunense de quem quer achar o ritmo com a expressão cultural.
E assim foi também na Semana Cultural, com o incentivo incalculável de Pedro Junior, nas rodas de poesia com a professora Denise, nos recitais com o ex-professor Francisco de Assis, na Araruna com Marizinha, nos seminários de geografia, com Lúcia Monteiro, nas viagens históricas com o professor Geremias... E quando em desbravamento subimos a serra buscando origens, buscando ‘freijós’.
E foi assim, mesmo com medo da química de Terceiro, impaciente aguardando a atividade de matemática com a professora Lucinha, ou mesmo nervosa com a física de Eudes. (atocha!).
Foi com o empenho de Meire e Marcinha na secretaria, Alexandrina, Edna e Onélia na Sala de vídeo. Foi assim, estudando Economia, e Cultura, que aprendemos com Badá, Nilcinha e todos os professores, a valorizar aquilo que é nosso. Foi também com o empenho de Diana que “nossa vida nossa história” ganhou ares de orgulho, e Marcelino Vieira comemorou tão bem o seu jubileu de ouro.
Foi quando eufóricos, nos ensaios da quadrilha, tivemos que dar Adeus a nossa noiva mais bonita e que biologicamente soubera ser especial. Foi quando a família chorou a perda da inesquecível Rita Arlene.
E ai, hoje, recordo das traduções de músicas nas aulas de Inglês com Pedro Junior, da paciência de Pedro Cesário nos ensinos de biologia, das vezes que vi Marcelo Lemos nos dar aulas de matemática, Antonio Carroça explicar genética “Azinho Azão” essas coisas...E lembro da lei da física explicada por Ítalo Lemos...
E lembro-me de Arlete, Dedé, Guga e Lucinha, sempre tão prestativos.
São tantas histórias, tantas pessoas.
Só não poderia jamais esquecer de meus colegas. Amigos. Pessoas especiais. Uns ainda comigo. Outros mais distantes. Outros só nas lembranças. Mas todos no coração.
E neste dia, quando eu não sabia sequer como aproveitar esse momento, me encontro folheando as páginas de minha existência, ou mesmo dos meus cadernos velhos...para lembrar do pedacinho de todos vocês em minha vida.
E por isso, nesta data, talvez a mais oportuna, agradeço a convivência da sala-de-aula estendida além dos muros da nossa escola. Agradeço a formação que me tornou um ser humano melhor. E neste dia do professor, reflito sobre o dom de partilhar o que sabe e aprender com nossas histórias e experiências.
E mesmo quando chegamos atrasados, inquietos ou dispersos e souberam nos compreender. Muito obrigada.
Intimidade e sintonia. Acho que foi até um caso de amor, quando em 1987, ano em que nasci, minha mãe concluía nessa escola o Magistério.
E hoje, depois de ter sentado nos bancos acadêmicos ainda estou aqui para sentar nas carteiras desta escola que também é minha. E gosto de ver-te mais bonita, minha escola.
Bem, acabei por não simplificar. Mas acho que recordar nos faz viver. E na vida nunca vi nada simples mesmo. Que seja complexo!! Mas que seja vivido!
Eu faço parte dessa história. E eu sei. Escola que faz história constrói cidadania.
Aos professores, parabéns por esta data. E aos que fazem a escola desembargador. Amigos da escola. Um brinde à todos nós.
Aproveitávamos pra estudar e pra brincar também.
Aproveitávamos pra desenvolver projetos e pra planejar outros também.
Estive pensando em como relatar a experiência de três anos de vida, quando na verdade, mesmo hoje, cinco anos depois, ainda encontro a casa aberta e vez por outra, querendo saber como tudo se passa por aqui. E fico pensando como simplificar a grandeza de tudo isso em minha vida, quando na verdade, isso é tão grande na vida de tanta gente.
E não é simplesmente porque a escola completa 25 anos, mas porque durante todo esse tempo tornou-se parte da minha vida. Foi importante nas decisões e na formação. Ajudou no discernimento, no desprendimento e no desenvolvimento dos conhecimentos.
Porque tudo isso não pode passar sem que mereça destaque. Porque não é em qualquer lugar que a gente pode aprender, empreender e surpreender. E não é por qualquer razão que procuro as palavras certas para expressar a satisfação e o orgulho de fazer parte dessa história.
Encabulada. Ansiosa. Admirada. Curiosa. Mas estava aqui. E aos poucos já não queria estar em outro lugar. O que mais poderia esperar? se tínhamos o conhecimento somado ao zelo de quem nos educava para a vida? E aos poucos, já não era a escola, éramos nós.
E saímos às ruas proclamando a cidadania. E saímos às ruas com projetos de conscientização. E saímos às ruas, nos desfiles e nas campanhas...e saímos ainda para outras cidades, para dançar, no compasso ararunense de quem quer achar o ritmo com a expressão cultural.
E assim foi também na Semana Cultural, com o incentivo incalculável de Pedro Junior, nas rodas de poesia com a professora Denise, nos recitais com o ex-professor Francisco de Assis, na Araruna com Marizinha, nos seminários de geografia, com Lúcia Monteiro, nas viagens históricas com o professor Geremias... E quando em desbravamento subimos a serra buscando origens, buscando ‘freijós’.
E foi assim, mesmo com medo da química de Terceiro, impaciente aguardando a atividade de matemática com a professora Lucinha, ou mesmo nervosa com a física de Eudes. (atocha!).
Foi com o empenho de Meire e Marcinha na secretaria, Alexandrina, Edna e Onélia na Sala de vídeo. Foi assim, estudando Economia, e Cultura, que aprendemos com Badá, Nilcinha e todos os professores, a valorizar aquilo que é nosso. Foi também com o empenho de Diana que “nossa vida nossa história” ganhou ares de orgulho, e Marcelino Vieira comemorou tão bem o seu jubileu de ouro.
Foi quando eufóricos, nos ensaios da quadrilha, tivemos que dar Adeus a nossa noiva mais bonita e que biologicamente soubera ser especial. Foi quando a família chorou a perda da inesquecível Rita Arlene.
E ai, hoje, recordo das traduções de músicas nas aulas de Inglês com Pedro Junior, da paciência de Pedro Cesário nos ensinos de biologia, das vezes que vi Marcelo Lemos nos dar aulas de matemática, Antonio Carroça explicar genética “Azinho Azão” essas coisas...E lembro da lei da física explicada por Ítalo Lemos...
E lembro-me de Arlete, Dedé, Guga e Lucinha, sempre tão prestativos.
São tantas histórias, tantas pessoas.
Só não poderia jamais esquecer de meus colegas. Amigos. Pessoas especiais. Uns ainda comigo. Outros mais distantes. Outros só nas lembranças. Mas todos no coração.
E neste dia, quando eu não sabia sequer como aproveitar esse momento, me encontro folheando as páginas de minha existência, ou mesmo dos meus cadernos velhos...para lembrar do pedacinho de todos vocês em minha vida.
E por isso, nesta data, talvez a mais oportuna, agradeço a convivência da sala-de-aula estendida além dos muros da nossa escola. Agradeço a formação que me tornou um ser humano melhor. E neste dia do professor, reflito sobre o dom de partilhar o que sabe e aprender com nossas histórias e experiências.
E mesmo quando chegamos atrasados, inquietos ou dispersos e souberam nos compreender. Muito obrigada.
Intimidade e sintonia. Acho que foi até um caso de amor, quando em 1987, ano em que nasci, minha mãe concluía nessa escola o Magistério.
E hoje, depois de ter sentado nos bancos acadêmicos ainda estou aqui para sentar nas carteiras desta escola que também é minha. E gosto de ver-te mais bonita, minha escola.
Bem, acabei por não simplificar. Mas acho que recordar nos faz viver. E na vida nunca vi nada simples mesmo. Que seja complexo!! Mas que seja vivido!
Eu faço parte dessa história. E eu sei. Escola que faz história constrói cidadania.
Aos professores, parabéns por esta data. E aos que fazem a escola desembargador. Amigos da escola. Um brinde à todos nós.
Texto apresentado na V Semana Cultural da Escola Estadual Desembargador Licurgo Nunes
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Ivanúcia Lopes,
Saudade
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Com o tempo...
Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Para pensar...
Já paramos pra pensar nas muitas vezes que pensamos em não parar? E aí a correria preenche nossos dias. E não paramos pra mais nada. Mas houve um tempo em que nós tínhamos tempo pra tudo. E aproveitávamos tudo com o tempo que tínhamos.
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Ivanúcia Lopes,
reflexão
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Pra refletir
Crianças gostam de fazer perguntas sobre tudo. Nem todas as respostas cabem num adulto. (ARNALDO ANTUNES)
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Linda Música
Se você percebe e não quer mais fingir,
Levante a cabeça
Levante a cabeça
E não olhes para traz .
Chame a Deus
Chame a Deus
Chame a Deus.
Se tua vida anda pra um abismo sem fim
Se tua vida anda pra um abismo sem fim
Se teus olhos choram e não queres este fim,
Levante a cabeça
Levante a cabeça
E não olhes para traz.
Chame a Deus
Chame a Deus
Chame a Deus
(Refrão)
Chame a Deus
(Refrão)
Chame a Deus
Que tua vida logo mudará
Ele cura a ferida
Te libertará
A verdade e a vida ele quer te dar
Chame a Deus,
Chame a Deus,
Chame a Deus
Chame a Deus
Chame a Deus
Que o tempo passa e não volta mais
Sua chance sua vida pode se acabar
Ele cura a ferida
Te libertará
Chame a Deus
Chame a Deus
Chame a Deus
Chame a Deus
terça-feira, 29 de setembro de 2009
PEDIDOS
Pedimos a benção
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Ivanúcia Lopes
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Perdão
Perdão, meu Deus.
Por desacreditar da vida que tu me deste de graça.
Por enfraquecer todas as vezes que tropeço.
Por usar minha língua para reclamar de tudo, em todo canto.
Perdão pelos erros cometidos quando eu já sabia que era engano.
Por fechar os olhos para a injustiça.
Pelos instantes de ambição e de ceticismo.
Perdão, meu Senhor.
Pelas palavras maldosas ditas com insensatez.
Pelos atos impensados.
Pela fraqueza de meu ser.
Dá-me esperança. Não posso desistir.
Por desacreditar da vida que tu me deste de graça.
Por enfraquecer todas as vezes que tropeço.
Por usar minha língua para reclamar de tudo, em todo canto.
Perdão pelos erros cometidos quando eu já sabia que era engano.
Por fechar os olhos para a injustiça.
Pelos instantes de ambição e de ceticismo.
Perdão, meu Senhor.
Pelas palavras maldosas ditas com insensatez.
Pelos atos impensados.
Pela fraqueza de meu ser.
Dá-me esperança. Não posso desistir.
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Ivanúcia Lopes
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Pretérito imperfeito.
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No coração e na mente.
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Ivanúcia Lopes,
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terça-feira, 22 de setembro de 2009
Quantas folhas
Folhas viçosas
Folhas marrons
Folhas murchas
Folhas podres
Folhas mortas.
Folhas no alto...e folhas no chão.
Folhas podres
Folhas mortas.
Folhas no alto...e folhas no chão.
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Ivanúcia Lopes
Cacos de mim
Um pedacinho do meu peito é saudade, e o restante também.
Um pedacinho do meu peito é angústia, e o restante também.
Um pedacinho do meu peito é tristeza, e o restante também.
Um pedacinho do meu peito é poesia, e o restante, rima vazia.
Sou feita em pedaços.
Cacos de gente.
Partida e repartida.
Esse é meu presente.
Um pedacinho do meu peito é angústia, e o restante também.
Um pedacinho do meu peito é tristeza, e o restante também.
Um pedacinho do meu peito é poesia, e o restante, rima vazia.
Sou feita em pedaços.
Cacos de gente.
Partida e repartida.
Esse é meu presente.
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Ivanúcia Lopes
COMO NO CINEMA...
Precisa-se de alguém
Procurar um sentido para a nossa vida quando tudo parece caminhar tão lentamente, talvez seja um grande desafio.
Tudo isso porque é muito complicado quando tentamos caminhar na retidão sem deixar ninguém a nos esperar nas curvas ou nos atalhos...
Mas a verdade é que sempre dependemos de alguém, nem que seja para emprestar-nos um ombro amigo, ou ouvidos que possam agüentar as lamentações.
Sempre vamos precisar de alguém que olhe em nossos olhos, já lacrimejando, e nos diga que vai caminhar conosco.
Alguém que nos mostre uma saída, que nos aponte um sentido, que nos faça sorrir, quando só queremos chorar.
Alguém para nos transmitir quietude, quando não tivermos mais paciência nem com nós mesmos.
Alguém que não diga nada, mas que, mesmo no silêncio, seja um suporte quando estivermos fracos.
Alguém que nos cante uma música, que assista um filme conosco,que nos conte uma piada...e que se faça palhaço para arrancar de nós um sorriso ou se mostre sério no momento certo. Será difícil nos vermos sozinhos quando dependemos tanto das outras pessoas.
Tudo isso porque é muito complicado quando tentamos caminhar na retidão sem deixar ninguém a nos esperar nas curvas ou nos atalhos...
Mas a verdade é que sempre dependemos de alguém, nem que seja para emprestar-nos um ombro amigo, ou ouvidos que possam agüentar as lamentações.
Sempre vamos precisar de alguém que olhe em nossos olhos, já lacrimejando, e nos diga que vai caminhar conosco.
Alguém que nos mostre uma saída, que nos aponte um sentido, que nos faça sorrir, quando só queremos chorar.
Alguém para nos transmitir quietude, quando não tivermos mais paciência nem com nós mesmos.
Alguém que não diga nada, mas que, mesmo no silêncio, seja um suporte quando estivermos fracos.
Alguém que nos cante uma música, que assista um filme conosco,que nos conte uma piada...e que se faça palhaço para arrancar de nós um sorriso ou se mostre sério no momento certo. Será difícil nos vermos sozinhos quando dependemos tanto das outras pessoas.
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Ivanúcia Lopes,
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segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Meu Trabalho estava pronto, e eu perdi.
Talvez ninguém acredite. Já ouvi de todas as justificativas para trabalhos que não foram feitos. Só não me lembro de ter ouvido alguém dizer que tudo se perdeu dentro do mundo invisível da informática. “O trabalho estava pronto. Milimetricamente pronto. Exaustivamente lido, relido, corrigido. Mas perdi dentro do meu computador.” Quem está dizendo isso sou eu mesma. Simplesmente porque nem eu mesmo estou acreditando nisso. Pois é. Perdi.
Fiquei desesperada. Joguei palavras ásperas ao léu, umas até atingiram quem não tinha nada a ver. Mas desabafei. E chorei. Chorei até me olhar no espelho e não reconhecer aqueles olhos pesados. É que na verdade eu havia dispensado tanto tempo para fazer aquele trabalho que ora sumira. Havia me dedicado tanto. Sem inspiração... a transpiração me determinara a ir até o fim. Fui. Mas não cheguei a lugar nenhum. Perdi o esforço. Apaguei tudo. Não me pergunte como. Simplesmente não mais encontrei. Simples assim. Um vírus, apenas.
E disseram que isso não era nada demais. Que isso acontece, e que agora eu só precisava sentar e escrever. Tudo de novo. Mas como eu poderia escrever aquilo novamente? Não posso. Talvez um parecido, mas não tão bom. Estava tudo pronto. Não tenho mais nada. Tudo perdido.
Fiquei desesperada. Joguei palavras ásperas ao léu, umas até atingiram quem não tinha nada a ver. Mas desabafei. E chorei. Chorei até me olhar no espelho e não reconhecer aqueles olhos pesados. É que na verdade eu havia dispensado tanto tempo para fazer aquele trabalho que ora sumira. Havia me dedicado tanto. Sem inspiração... a transpiração me determinara a ir até o fim. Fui. Mas não cheguei a lugar nenhum. Perdi o esforço. Apaguei tudo. Não me pergunte como. Simplesmente não mais encontrei. Simples assim. Um vírus, apenas.
E disseram que isso não era nada demais. Que isso acontece, e que agora eu só precisava sentar e escrever. Tudo de novo. Mas como eu poderia escrever aquilo novamente? Não posso. Talvez um parecido, mas não tão bom. Estava tudo pronto. Não tenho mais nada. Tudo perdido.
Palavras afins
Ivanúcia Lopes
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Crônica de uma parceria feliz
Não conheço Marcelino Vieira. Incursionei pelas plagas norte-riograndenses, ou potiguares, em dois momentos apenas. Um primeiro e, devo dizer, reiteradamente, a Natal, a capital. Cortesias de litorâneos. Doutra vez ao sertão (ou Seridó? Esclareçam-me, por favor!), numa caravana etílico-religiosa a Carnaúba dos Dantas, acompanhando a minha mãe. Ela cumpriu o lado religioso; eu e minha irmã, Gracinha, o lado profano da romaria.
Mas, por uma dessas ironias do destino, a pequena cidade se fez presente em minha vida. Sem me conhecer (e a recíproca é verdadeira), nem presencialmente nem nos limbos do conhecimento, não sabíamos da existência um da outra, ela proporcionou um momento feliz, desses a serem escritos nos anais de minha nômade vida.
Simplesmente, enviou-me uma jóia. Uma pérola dessas geradas no ventre da providência. Providência no sentido mais puro. Nessas que os fundamentalistas de plantão não hão de dar crédito. Nessas onde a disponibilidade desinibida para a vida se faz, onde o brilho próprio e o esbanjar da luz encontram seu lar, seu leito. Nessas onde a felicidade de viver dia após dia, um de cada vez torna-se meta. Nessas em que o sentir vida ao enredor, por sua perspicácia, a tenacidade e a sensibilidade, nos surpreendem sempre. Nessas onde o sentir o ardor e a delicia do caminhar, nos encanta. Nessas onde a naturalidade do fazer e, aí me ganhou, da humildade são provas incontestáveis de uma humanidade além dos limites de nossa época. E, afora isso, uma competência inquestionável.
A natureza das coisas, a alma do mundo (no dizer de Espinosa) proporcionou-me um encontro feliz. A providência, mais uma vez ela, generosamente, deu-me a honra e a alegria de ser professor e partner no trabalho de conclusão de curso de mais uma jornalista. E aí devo ressaltar: não mais uma. Simplesmente uma menina de sorriso franco, fácil (por vezes meio acanhado, tímido), uma firmeza inquebrantável de princípios e, acredito, uma condição de tornar-se marca indelével na vida de quem conhece, de quem partilha de seus sonhos e realizações. Ademais, uma fé intrínseca, natural. Não quero que ela se perceba assim. Meu desejo é que é que ela mantenha-se em sua naturalidade. A espontaneidade é seu charme particular, a sua força.
Mas, falávamos de encontros e de providência. Uma natureza atlântica, desterrada, encontra uma personalidade agreste, destemida, em território neutro. Desterramento mútuo. E, nesse encontro, nada pintou-se árido, improdutivo, da falta de horizontes, nem molhado pelas ondas da inércia, da preguiça, do descompromisso. Pintou-se, isso sim, de força e criação, percepção, cumplicidade, anima de vida. De um momento em que sentimos orgulho em assumir essa porção híbrida de jornalista-professor (ou jornalista em sala-de-aula, como prefiro) e de aprendiz (ora, aprendiz!) de jornalismo.
Não me orgulha o fato de ser o “professor” universitário, simplesmente, de um curso de comunicação social, com habitação em jornalismo. Sou possuído pela força do educador. Orgulha-me a força do encontro com pessoas ávidas o aprender e a possibilidade do aprender, do pensar, da percepção de que o “outro”, aluno ou aprendiz, quer aprender e lhe escolhe, não aleatoriamente, para dividir conhecimentos, partilhar, construí-lo. Ela proporcionou-me isso, sem reservas, sem engodos.
Acredito no divino inerente a pessoas, coisas, objetos, produções humanas. Nem uma pessoa chega a nossa vida por acaso, nem um bicho, planta ou livro também. O imã que nos aproxima tem uma signagem, um sentido, uma direção, uma lição, uma mensagem intrínseca, seja para o bem ou para o mal. Forças que atraem ou geram repulsa são naturais. Essa é a dicotomia da vida. Dialética antes de polarismos.
Acredito, sobretudo, na força singular dos encontros. E no produto que pode sair desses encontros aleatórios. Casuais? Uma relação eterna, uma compreensão mútua para além dos limites, uma prosaica monografia... Acredito nessas forças que geram o abraço fraternal dos nômades. Simples assim. Simplesmente improbabilidades prováveis, táteis, factíveis. Acredito nas pessoas e no poder de realização delas e, quero crer, ingenuamente, que contribuo com meu espírito nômade e construtor, em limitadas aulas de um jornalista/cronista de Comunicação Rural, que mais tem de humanidade, para isso.
Obrigado, Marcelino Vieira,
A benção, Maria Ivanúcia Lopes da Costa.
by Edson de França
(Crônica feita pelo professor Orientador de minha monografia do Curso de Jornalismo. Achei o máximo! Orgulho...)
Mas, por uma dessas ironias do destino, a pequena cidade se fez presente em minha vida. Sem me conhecer (e a recíproca é verdadeira), nem presencialmente nem nos limbos do conhecimento, não sabíamos da existência um da outra, ela proporcionou um momento feliz, desses a serem escritos nos anais de minha nômade vida.
Simplesmente, enviou-me uma jóia. Uma pérola dessas geradas no ventre da providência. Providência no sentido mais puro. Nessas que os fundamentalistas de plantão não hão de dar crédito. Nessas onde a disponibilidade desinibida para a vida se faz, onde o brilho próprio e o esbanjar da luz encontram seu lar, seu leito. Nessas onde a felicidade de viver dia após dia, um de cada vez torna-se meta. Nessas em que o sentir vida ao enredor, por sua perspicácia, a tenacidade e a sensibilidade, nos surpreendem sempre. Nessas onde o sentir o ardor e a delicia do caminhar, nos encanta. Nessas onde a naturalidade do fazer e, aí me ganhou, da humildade são provas incontestáveis de uma humanidade além dos limites de nossa época. E, afora isso, uma competência inquestionável.
A natureza das coisas, a alma do mundo (no dizer de Espinosa) proporcionou-me um encontro feliz. A providência, mais uma vez ela, generosamente, deu-me a honra e a alegria de ser professor e partner no trabalho de conclusão de curso de mais uma jornalista. E aí devo ressaltar: não mais uma. Simplesmente uma menina de sorriso franco, fácil (por vezes meio acanhado, tímido), uma firmeza inquebrantável de princípios e, acredito, uma condição de tornar-se marca indelével na vida de quem conhece, de quem partilha de seus sonhos e realizações. Ademais, uma fé intrínseca, natural. Não quero que ela se perceba assim. Meu desejo é que é que ela mantenha-se em sua naturalidade. A espontaneidade é seu charme particular, a sua força.
Mas, falávamos de encontros e de providência. Uma natureza atlântica, desterrada, encontra uma personalidade agreste, destemida, em território neutro. Desterramento mútuo. E, nesse encontro, nada pintou-se árido, improdutivo, da falta de horizontes, nem molhado pelas ondas da inércia, da preguiça, do descompromisso. Pintou-se, isso sim, de força e criação, percepção, cumplicidade, anima de vida. De um momento em que sentimos orgulho em assumir essa porção híbrida de jornalista-professor (ou jornalista em sala-de-aula, como prefiro) e de aprendiz (ora, aprendiz!) de jornalismo.
Não me orgulha o fato de ser o “professor” universitário, simplesmente, de um curso de comunicação social, com habitação em jornalismo. Sou possuído pela força do educador. Orgulha-me a força do encontro com pessoas ávidas o aprender e a possibilidade do aprender, do pensar, da percepção de que o “outro”, aluno ou aprendiz, quer aprender e lhe escolhe, não aleatoriamente, para dividir conhecimentos, partilhar, construí-lo. Ela proporcionou-me isso, sem reservas, sem engodos.
Acredito no divino inerente a pessoas, coisas, objetos, produções humanas. Nem uma pessoa chega a nossa vida por acaso, nem um bicho, planta ou livro também. O imã que nos aproxima tem uma signagem, um sentido, uma direção, uma lição, uma mensagem intrínseca, seja para o bem ou para o mal. Forças que atraem ou geram repulsa são naturais. Essa é a dicotomia da vida. Dialética antes de polarismos.
Acredito, sobretudo, na força singular dos encontros. E no produto que pode sair desses encontros aleatórios. Casuais? Uma relação eterna, uma compreensão mútua para além dos limites, uma prosaica monografia... Acredito nessas forças que geram o abraço fraternal dos nômades. Simples assim. Simplesmente improbabilidades prováveis, táteis, factíveis. Acredito nas pessoas e no poder de realização delas e, quero crer, ingenuamente, que contribuo com meu espírito nômade e construtor, em limitadas aulas de um jornalista/cronista de Comunicação Rural, que mais tem de humanidade, para isso.
Obrigado, Marcelino Vieira,
A benção, Maria Ivanúcia Lopes da Costa.
by Edson de França
(Crônica feita pelo professor Orientador de minha monografia do Curso de Jornalismo. Achei o máximo! Orgulho...)
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
HOMENGAGEM AOS PAIS
Quisera Deus enviar um homem que lhe fosse semelhante e pudesse cuidar de nós com tanta grandeza e ternura. Em Sua onipotência e paternidade santa, Deus criou um homem capaz dedicar-se com força e honestidade para garantir o sustento da família e tornar-se ponte do amor Dele para conosco.
Foi aí que Deus colocou em nosso meio um homem tão importante.
Um homem que em sua pequenez humana revela a grandiosidade do amor divino.
Um homem que se esforça ao máximo para ser forte, mesmo quando parece fraco.
Um homem que passa segurança e firmeza.
Um homem que adia seus planos para que seus filhos sejam felizes. Um homem que não tem outro plano, senão a felicidade do filho.
Um homem que trabalha com amor e que se sente satisfeito em poder garantir o sustento de outras vidas.
Um homem que compartilha seus dons e que sabe doar-se.
Um homem forte como uma montanha, calmo como o mar tranqüilo e generoso como a natureza. Um homem alegre como a manhã de primavera, paciente como a eternidade e especial, como Pai.
Foi aí que Deus colocou em nosso meio um homem tão importante.
Um homem que em sua pequenez humana revela a grandiosidade do amor divino.
Um homem que se esforça ao máximo para ser forte, mesmo quando parece fraco.
Um homem que passa segurança e firmeza.
Um homem que adia seus planos para que seus filhos sejam felizes. Um homem que não tem outro plano, senão a felicidade do filho.
Um homem que trabalha com amor e que se sente satisfeito em poder garantir o sustento de outras vidas.
Um homem que compartilha seus dons e que sabe doar-se.
Um homem forte como uma montanha, calmo como o mar tranqüilo e generoso como a natureza. Um homem alegre como a manhã de primavera, paciente como a eternidade e especial, como Pai.
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reflexão
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
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Ivanúcia Lopes
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sexta-feira, 5 de junho de 2009
Palavras afins
Frases,
Ivanúcia Lopes
domingo, 17 de maio de 2009
Para quem bem viveu o amor .......
duas vidas que abrem não acabam com a luz
São pequenas estrelas que correm no céu
trajetórias opostas
sem jamais deixar de se olhar.
É um carinho guardado
num cofre de um coração que voou
É um afeto deixado nas veias
de um coração que ficou.
É a certeza da eterna presença da vida que foi,
na vida que vai é saudade da boa,
feliz cantar
Que foi, foi, foi,
foi bom e pra sempre será
mais,mais,mais
Maravilhosamente amar
Que foi, foi, foi,
foi bom e pra sempre será
mais,mais,mais
Maravilhosamente amar
domingo, 10 de maio de 2009
Palavras afins
Ivanúcia Lopes
Caminhar é preciso...
Ter um caminho reto a seguir, ou mesmo um percurso tortuoso com placas indicativas é muito fácil de percorrer.
Se assim o fosse ninguém tropeçaria, porque não existiriam pedras.
Se assim o fosse não precisaríamos de ninguém, porque andaríamos sozinhos.
Se assim o fosse não haveria aprendizado...
Mas quando o caminho não é reto e não existem indicações corretas do percurso é preciso andar com passos firmes, não muito largos, mas firmes.
É preciso caminhar com a cabeça erguida, não esnobe, mas erguida.
É preciso caminhar serenamente, não com desatenção, mas com serenidade.
É preciso caminhar pelas calçadas, pelas ruas, subir e descer ladeiras, pular, correr...cair e levantar.
É preciso estender as mãos para ajudar...e estendê-las também para aceitar a ajuda de alguém.
Não é preciso que o caminho seja uma reta para não errar o percurso, não é preciso sequer temer a queda, se soubermos que ela nos edifica...
Caminhar é preciso. E no caminho...errar não é proibido, mas acertar é preciso.
Podemos até cair um milhão de vezes...mas precisamos ter força para levantarmos todas elas.
Precisamos de força para nos manter de pé, mas ter a flexibilidade de, vez por outra, dobrar os joelhos e orar, pedir, agradecer, clamar, invocar, silenciar, chorar...
E que a humildade não nos faça inferiores, mas nos permita enxergar além da nossa força, as nossas fraquezas.
(Ivanúcia Lopes)
Palavras afins
Ivanúcia Lopes
terça-feira, 5 de maio de 2009
Palavras afins
Ivanúcia Lopes
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