segunda-feira, 13 de abril de 2009

Ah o amor...



Eu amo.






Acho que todo mundo já sonhou um dia com a pessoa ideal para amar.
“Uma pessoa maravilhosa, com inumeráveis qualidades e muito amor para nos oferecer.”
Mas aí tudo seria muito previsível, sem emoção.



E com o tempo acho que todo mundo vai percebendo que não existe alguém ideal para amar. Se assim fosse, não seria amor, seria uma forma mercantilista de recompensar alguém, que por ser tão perfeito, fez por merecer nosso amor.


Não basta termos alguém perfeito para amar se não podemos oferecer a esse alguém a possibilidade de tornar-se melhor. Porque se alguém é perfeito, não há perspectiva de aprendizado. E amor sem crescimento mútuo, não é amor.


E ai, vamos aprendendo que amar, de verdade, não nos impede de ver os defeitos do outro, mas nos permite conhecê-los de perto, e estar perto mesmo assim.


Vamos vendo que para amar não é preciso ter todas as respostas, nem é preciso acertar sempre, porque muitas vezes é importante permitir-se errar para aprender. É necessário compreendermos que o dom de amar iguala-se a grandeza do perdão, e que se não temos a capacidade de nos perdoar, não haverá nunca a disponibilidade de amar verdadeiramente alguém.


Não tenho a fórmula do amor. Nem quero encontrá-la. Porque aí certamente eu escolheria a pessoa perfeita, o lugar perfeito, e o dia perfeito para amar, e se assim fosse, a minha vida seria previsível, sem emoção, sem graça.


Prefiro o amor atribulado e sereno ao mesmo tempo, o amor que me ensina com os erros e acertos, o amor que traduz os segundos antes do beijo e lê os olhares apaixonados nos minutos silenciosos em que não se tem nada a dizer... Eu prefiro o amor, que apesar das imperfeições, sabe ser ideal para mim.


Eu amo. E se amo verdadeiramente, amo por inteiro, virtudes e defeitos, porque também os tenho.


Às vezes demoramos muito até descobrirmos que amamos de verdade, mas quando descobrimos, não queremos nunca mais viver sem amor.



Ivanúcia Lopes

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