quarta-feira, 28 de março de 2012

...o risco que a gente corre

A gente se deita na página em branco querendo ser razão para alguém fazer de nós uma arte. Um risco.
(Ivanúcia Lopes)

Escuta, de uma vez, eu poderia dizer que voltamos à estaca zero, mas esta foi cravada no dia que a gente se encontrou. Depois de tirar um pouco os pés do chão, caímos juntos e abraçados num poço escuro e vazio e sem fim. Agora estamos no negativo, a gente simplesmente deve algo um pro outro. E nem vem, não adianta, quem ama o difícil, muito fácil lhe parece. Sei da sua indolência, mas quero tentar mesmo assim, porque já não dá mais pra passar um dia sem que minha história conte um pouco da sua. Cada vez que eu for até sua boca, é um degrau de subida, a gente já foi fundo, fundo demais, não há mais como cair. De agora em diante, o maior risco que a gente corre é ser feliz.

sábado, 24 de março de 2012

Iluminados

O amor tem feito coisas
Que até mesmo Deus duvida
Já curou desenganados
Já fechou tanta ferida
O amor junta os pedaços
Quando um coração se quebra
Mesmo que seja de aço
Mesmo que seja de pedra
Fica tão cicatrizado
Que ninguém diz que é colado
Foi assim que fez em mim
Foi assim que fez em nós
Esse amor iluminado

Ivan Lins

segunda-feira, 19 de março de 2012

...

"Porque na vida a gente cai pra ensaiar um passo novo. E caminhar mais bonito"

(Ivanúcia Lopes)

...eu lembro quando ele nasceu.

http://weheartit.com/entry/25163604 
Eu lembro onde e quando nasceu. E nasceu naturalmente. Da forma mais saudável possível.
Assim que ele nasceu a gente já reconheceu. E passamos a cuidar dele com tudo o que tínhamos. E para isso enfrentamos vários desafios.
Até que um dia, tentando defendê-lo, nos jogamos na frente e fomos atingidos. Ele ficou pra trás, intacto. E nós, estraçalhados.
Foi quando ele começou a viver sozinho. Silencioso. E um dia, dado como morto, fora enterrado vivo, enquanto sonhava.

- Ah o amor! Ainda lembro quando você nasceu...

terça-feira, 13 de março de 2012

In Verso

 
In Verso  tudo é mais bonito! Eu acho. 

(14 de março é comemorado o Dia da Poesia!)


Imagem Daqui

segunda-feira, 12 de março de 2012

...quando a gente cantava:


Cedo ou tarde
A gente vai se encontrar,
Tenho certeza, numa bem melhor.
Sei que quando canto você pode me escutar.

(NX Zero)

sexta-feira, 9 de março de 2012

...porque demais nunca é o bastante. E a primeira vez é sempre a última chance.


Renato Russo

...baldio é meu terreno.

E ao transformar em dor o que é vaidade
E ao ter amor se este é só orgulho
Eu faço da mentira, liberdade
E de qualquer quintal faço cidade
E insisto que é virtude o que é entulho:
Baldio é meu terreno e meu alarde.



Barcos - Legião Urbana

...

"– E se o amor não for uma coisa que aconteça com a gente?

– Como assim?

– E se o amor for uma coisa que a gente deixa acontecer?"

(Gabito Nunes)

domingo, 4 de março de 2012

...a saudade é sem fim.

Depois que minha mãe se foi veio a saudade ficar comigo. Ela montou uma barraquinha bem dentro desse peito, e se mostrou de casa, se alargando pelos cantos, se mostrando nos recantos e doendo todos os dias. Uns mais do que outros, mas nunca menos.

Esses dias eu ouvi um amigo partilhar de uma dor semelhante, mesmo acreditando que a dor da despedida nunca é igual, mesmo em casos parecidos. Esse meu amigo falava-me do quanto parece importante não desistirmos, e o quanto é necessário continuar caminhando. É questão de honra, de respeito...é não permitir que os sonhos acabem apenas porque uma das partes que também sonhava não estar presente fisicamente ao nosso lado. 

Eu acho justo viver com saudade. Não creio que seja dor, apenas. Acho justo chorar pela falta, e acho justo rir de “vezenquando” com as lembranças boas que essa saudade revela. Na verdade, é essa saudade que agora faz parte de mim que, além de doer, também me arranca um riso sempre que lembro de minha mãe. Porque as lembranças boas elas não se foram, e onde eu estiver, faço questão de revivê-las.

O calendário marca dois anos, mas a dor é sempre de hoje. E a saudade é sem fim.

E não é porque estamos aprendendo a conviver com a saudade que as coisas ficaram mais fáceis. Continuam difíceis demais. Continuam pesadas também. Mas não há o que fazer, senão agradecer a Deus pelos anos vividos, e rogar por força para viver tantos outros.
E se a experiência da despedida é dolorosa até pra se ouvir contar, imagina viver! E naquele instante foi como se um pedaço de mim tivesse ido pra longe. Foi como se faltasse terra nos pés e sobrasse um longo caminho para seguir. E dessa vez, sem ela, minha guia.

Aquele instante foi como um pesadelo. Mas eu não acordei. E quando dei por mim, ela já não me acalentava. E a gente precisou seguir sem ela pra nos apontar o caminho. A gente precisou seguir sem ela pra fazer as malas, pra nos dá a benção, ou pra nos telefonar e perguntar se estávamos precisando de alguma coisa. Hoje a gente precisa de muita coisa, mas não a ouvimos mais perguntar. A gente fala com Deus para não nos deixar faltar a vontade de viver, e para nos permitir ser pessoas boas como ela sempre quis que fôssemos.
E a gente segue a vida. Precisando de mãe. Mas sem tê-la o tempo todo fisicamente. Mas a gente segue os dias, honrando nossos sonhos que também eram delas. E vivendo nossa vida, que foi dela primeiro, para só depois ser da gente.

Continua difícil. E nós já sabemos que assim será. Para sempre. Continua um vazio onde ela poderia estar: na mesa, no quarto, na casa toda. Mas continua tudo cheio de amor, porque ela nunca deixou faltar.

Que a paz de Deus esteja sempre contigo, como sempre estivera.
Seremos eternamente gratas.

A Deus por nos ter dado a vida, e a senhora por nos ter dado a luz.

Saudades, minha mãe. Que a gente não se perca pela tua ausência, e que a gente se encontre em cada lembrança. Porque a saudade é sem fim.

Suas filhas: Ivanúcia e Nubinha e todos os familiares.



PS.: Texto lido na missa de 2 anos de falecimento, neste domingo (04/03/2012)

sábado, 3 de março de 2012

...a saudade é eterna.






O calendário marca dois anos, mas a dor é sempre de hoje. 


E não é porque estamos aprendendo a conviver com a saudade que as coisas ficaram mais fáceis. Continuam difíceis demais. Continuam pesadas também. Mas não há o que fazer, senão agradecer a Deus pelos anos vividos, e rogar por força para viver tantos outros.